terça-feira, 13 de abril de 2010

Reflexão

OS ÍNDIOS E A TRAGÉDIA DO RIO DE JANEIRO

Meu Deus! Que barbaridade essa tragédia do Rio de Janeiro! Mais de duzentas mortes e quantos outros que jamais serão encontrados!!! Entretanto, esse tipo de catástrofe, de certa forma anunciada, deve ser um alerta para todo o planeta e quando temos uma data comemorativa ligada aos índios, somos convidados a refletir como estamos nos relacionando com a mãe natureza, especialmente na zona urbana. Infelizmente vivemos no tempo do sensacionalismo, mostram-se as tragédias, mas a televisão e os meios de comunicação pouco contribuem para levar a população ‘pensar e se posicionar’ frente aos acontecimentos.
Obviamente que a culpa não pode ser atribuída aos meios de comunicação. Mas, vamos direto ao assunto: dezenove de abril é o dia índio e, esse tema mereceria maior atenção, afinal somos uma nação indígena e vemos injustiças serem cometidas com esses povos. Aliás, no Brasil, os miseráveis são usados apenas para o fim politiqueiro. Se alguém discorda, basta visitar, não só alguma aldeia indígena, mas os bairros periféricos e lá via constatar a situação precária e a verdadeira ‘exclusão social’.
Quanto aos índios eles afirmam que os governantes os ‘usam’ para os fins políticos, especialmente quanto se trata de ‘programas sociais’, são muitas promessas e pouca solução dos problemas. Na História desse país parece que um aspecto não muda: os excluídos continuam sem vez e nunca são ouvidos e, pior, não conseguem ser protagonistas de sua própria história. Quando isso vai mudar?
Dezenove de abril, dia do índio, nesse ano de dois mil e dez, deveria ser feito uma grande conscientização, principalmente junto com as crianças: como estamos nos relacionando com a mãe natureza? Como estamos traçando e ocupando os ‘espaços’ de nossas cidades? Não podemos continuar com simples ‘comemorações’ ou colocar penas e colares nas cabeças das crianças. Essa ação é de desrespeito, não só para com as crianças, mas para o índio que se sente rejeitado, uma vez que vive na ‘miséria’ e algo deveria ser feito para se reverter essa situação. Não basta apenas discurso político.
Portanto, estimados leitores, os fatos que aconteceram no Rio de Janeiro, ligados com as chuvas, desmoronamentos e tantas fatalidades, assim como muitos que continuam acontecendo por todo o Brasil, precisam nos levar a um posicionamento: esse ano é ano de eleição e devemos cobrar mais ações de nossos políticos, especialmente relacionadas com as “ocupações indevidas de áreas que devem ser preservadas”.
Obviamente que isso passa pela conscientização, educação e tantos outros aspectos e que não se devem culpar apenas os políticos. O povo também precisa ser responsabilizado, mas é aquela velha história do jeitinho brasileiro, do acerta aqui, fecha um olho ali e ai, nem Deus pode dar conta das tragédias que acontecem.
Vamos olhar para a nossa bela História do Brasil: quantas maravilhas os portugueses aprenderam com os índios, mas parece que de maneira fácil esqueceram esses ensinamentos. Talvez estejamos chegando no tempo em que vamos ter que aprender pela dor, pois a mãe natureza não tem dois pesos e duas medidas. Só há um meio para todos sobreviver: conscientização e vida equilibrada com a natureza que já faz tempo que os índios nos mostram.
Infelizmente termino afirmando que ainda veremos muitas tragédias, como do Rio de Janeiro que vão acontecer na frente da porta de nossa casa, pois parece que a maioria da população não consegue acordar do sono chamado ‘alienação’ que no Brasil passou a ser sinônimo de tirar vantagens, de saber viver...
Pensemos com seriedade nessa questão, caso contrário, aqueles que mais amamos serão engolidos pela própria natureza que apenas reage conforme é tratada.

TEXTO retirado doBlog do Professor Ciro José Toaldo http://cj.toaldo.zip.net/

Um comentário:

Maria Madalena Ribeiro Moleiro disse...

Ótima essa reflexão, acredito que cada um de nós podemos e devemos fazer a nossa parte.
Parece pouco, mas juntando forças seremos grandes e fortes.
Conscientizando hoje, veremos os resultados no amanhã.
Parabéns pelo texto, e pelo blog.

Madalena.
NTE/Naviraí-MS